sábado, 20 de dezembro de 2008

Pela estrada de Emaús

Hoje em dia, quase a gente não tem tempo de parar. A barriga porém, nos faz isso. Para nós cristãos brasileiros, tomar café com pão é tão significativo quanto foi para Jesus e os seus discípulos tomarem vinho com pão. A Bíblia, inclusive, relata alguns destes momentos que o Senhor viveu com aqueles que o acompanhavam.
Quando viajamos pelo sertão nordestino, paramos em lugares inusitados - a margem da estrada, por exemplo, pode se tornar numa lanchonete ou restaurante (as vezes por falta de opção, outras vezes por falta de dinheiro, mesmo) - Lembra aquelas espigas de trigo que Jesus comeu com seus discípulos? Vale o improviso quando não se tem outra possibilidade.
Porém, o bom de tudo isso é que Cristo torna saboroso aquilo que, de fato, sem ele não teria menor prazer. Comer num restaurante chique, ou à beira de uma estrada, ou mesmo numa casinha sertaneja (foto acima), sem conforto algum, tem o mesmo sabor, desde que contemos com a Sua maravilhosa companhia. Essa é a diferença que existe em andar com Ele. Foi assim com os seus discípulos no caminho de Emaús, tem sido assim conosco no sertão nordestino e assim será eternamente. Em qualquer estrada, em qualquer lugar ou em qualquer circunstância, Ele é quem faz a difernça. Andemos, pois, com Jesus.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sítio Lagoa Seca


Após esta reunião mais de 10 pessoas decidiram seguir a Cristo.
LOUVADO SEJA DEUS!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Essa tal felicidade

O que é que você acha que significa este sorriso? O que faz este homem sorrir de maneira tão espontânea e traduzir tanta satisfação?
Encontramos este sorriso, no sertão do Pajeú, em Pernambuco, numa localidade chamada Sítio Serra Branca, na zona rural do município de Betânia.
Ele dá nó na cabeça de gente que crer na teologia da prosperidade, de gente que reclama quando falta alguma coisa e de crente metido a patrão de Deus (daqueles que ficam ordenando as coisas para Deus - você conhece algum desse tipo?).
O dono deste sorriso tem nome: Edvaldo. Através de sua vida ele manifesta a palavra de Deus dirigida ao Apóstolo Paulo, que diz, "...a minha graça te basta" ou ainda, "...não mais eu, mas Cristo vive em mim... e a vida que eu vivo, vivo-a pela fé no Filho de Deus". Edvaldo é um homem que não tem nada, ou quase nada. Mora sozinho numa casa de 16 metros quadrados, sem luz, sem água, sem sanitário, todos os seus móveis resumem-se a uma cama velha e uma estante não menos usada. Casinha simples, de chão batido, sem rebouco, com dois comodos, cuja porta da frente é apenas um pedaço de tábua, que serve para que as cabras que pastam por ali não entrem. O xodó de Edvaldo é o seu fogão à lenha, que ele mesmo construiu. Aliás, quando nós passamos por lá, ele estava cozinhando uma porção de feijão numa panela encardida pela lenha (pelo que percebemos, era tudo o que ele tinha para comer naquele dia).
Mas, apesar de tanta escassês, Edvaldo demonstrava uma alegria imensa, e essa alegria tinha nome: Jesus, o único bem valioso que ele possuia. Pra quê mais do que isso?
Este mesmo Deus nos permitiu encontrá-lo. E que bom tê-lo encontrado, que bom tê-lo conhecido!
Foi uma das experiências mais marcantes da minha vida, pois eu estive com o cristão que não sabia ler (por isso não tinha acesso a bíblia) que estava praticamente isolado da igreja, que morava afastado de quase tudo e de quase todos, mais que demonstrava patente, a abundante graça do Senhor, encarnando a verdade de que a satisfação não está nas coisas ou nos lugares. Ele não pregou para nós através de palavras, até por que ele não é um sujeito eloquente. Mas eu afirmo com toda franqueza: Em poucas ocasiões da minha caminhada cristã, alguém me falou de Jesus com tanta propriedade, com tanta clareza.
Seu abraço, seu sorriso e cada gesto que ele fazia, pronunciava, escancaradamente, que Cristo vive e reina com soberania. Que a paz, aquela "que excede a todo entendimento", é manifesta de maneira contrária a nossa compreensão humana.
Aquele Davi sertanejo (o cabra tem no máximo 1,50 m.) abateu gigantes do meu eu. E a pedrinha que ele usou foi o seu sorriso, a sua alegria incondicional... Que queda! Ainda estou atordoado do tombo, porém, mais consciente das minhas imperfeições e grato à Deus por aquele memorável e transformador encontro. Eu espero um dia voltar por lá e revê-lo. Então, até lá e que Deus continue te abençoando, Edvaldo.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Culto no Sítio Serra Branca

O Sítio Serra Branca, fica numa região de baixa densidade demográfica, lá um culto com 30 pessoas é considerado uma coisa extraordinária. Neste ano de 2008, começamos ir aquele lugar, apoiando uma pequena congregação, Igreja Batista de Redenção, vinculada a Igreja Batista Missionária. Atuar em Serra Branca, tem sido uma experiência gratificante pelas condições do campo, pela acessibilidade ao lugar, pela cultura do povo e, sobretudo pela sua perspectiva missionária.
Trinta pessoas num culto, para quem mora num centro urbano maior, seria um fato despercebido, porém para aqueles amados irmãos e amigos do Sítio Serra Branca e de tantas outras localidades sertanejas, praticamente, isoladas, pode ser, algo extraordinário. Foi assim o culto da foto, algo memorável, muitos ali jamais tinham visto "todo aquele 'mói' de gente". E o resultado daquela reunião? Proporcionalmente, um verdadeiro avivamento! A pequena congregação com dois membros, foi acrescentada em três pessoas. Isso mesmo, um acréscimo de 150 %, no rol de congregados.
Guardando as proporções, se houvesse um culto destes numa igreja de 500 membros, de um dia para outro, esta comunidade passaria para 1500 pessoas!
Este fato pitoresco, porém, nos faz ver que um lugar por mais distante, por mais que pareça inviável e inalcançável, é tão propício e fértil quanto qualquer outro lugar. Se é assim tão viável, por que as estatíscas são desfavoráveis quanto a evengelização deste povo?
Seria o acesso difícil? Seria a falta de conforto e comodidade do campo? Seria a baixa renda per-capta que traduz uma dependência financeira do campo por tempo indeterminado? Seria a adoção inadequada de estratégias missionárias? Qual ou quais os motivos que levam a igreja brasileira a agir de maneira tão ineficaz com relação ao sertão nordestino?
Cabe reflexão e mais ainda, urge a ação. As Serras Brancas sertanejas nos esperam.