domingo, 29 de março de 2009

Alegria em Brejão... festa no Céu


Chegamos com quase uma hora de atraso, naquela noite, em Brejão, cidade do interior pernambucano, Porém, o povo não havia arredado o pé do local. As pessoas aguardavam a Palavra de Deus que ali seria partilhada.
E assim foi feito, que maravilha! O Evangelho foi recebido com muita simpatia, de forma que aquela ruazinha, onde nós montamos a programação ficou cheia da graça de Deus... Muita a alegria.
No final fizemos o apelo. Quem ali queria entregar sua vida a Jesus e dizer não ao pecado?
Várias pessoas disseram sim a mensagem da cruz... Houve festa no céu.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Estive com frio e me aqueceste


A cara de alegria destes pequeninos sertanejos foi promovida por tão pouco - um cobertor. Daqueles bem simples, mas que na rigidez do frio, das madrugadas do inverno sertanejo, que incomodam pra valer, faz uma diferença enorme. Quem já passou uma noite de frio sabe o que estou falando e geralmente estas pessoas são mais atenciosas, mas sensíveis. Mas, quem nunca sentiu (porque nunca precisou) ache pequenos gestos assim, totalmente, sem impotância. Não reconheçm o significado dessa alegria.
Porém, o recado foi dado a todos e de maneira muito clara, Jesus está nestas pessoas e Ele recebe de bom grado a mão que se estende para elas. Ele foi categórico: "Quando você faz o bem a qualquer um destes pequeninos é a mim que você está fazendo..."

Deixando Cristo para trás




Na beira da estrada, meio do sertão, entre as cidades pernambucanas de Ibimirim e Floresta, numa parada que fizemos para um café. Vimos este homem da foto, saindo do meio da caatinga, numa bicicleta caindo aos pedaços. Ele havia pedalado sessenta quilômetros, por estradas de areia e pedra - próprias daquela região - Vindo de outra cidade que, como se por ironia do destino se chama Betânia, que no hebraico quer dizer "lar dos pobres". Francisco era o nome daquele senhor e naquele momento ele chegava ao asfalto, ali onde nós estávamos, visivelmente cansado e tinha mais setenta e oito quilômetros pela frente, que faria numa daquelas camionetes que transportam pessoas pelo sertão.

- Um cafezinho?
Perguntei de maneira amistosa, ao recém chegado, querendo quebrar o gelo, estendendo o copo de café e o pão com queijo que eu tinha nas mãos.
- Não, Obrigado!
Respondeu vacilante e com o olho cumprido para aquela refeição que tomávamos. A sua expressão nos dizia claramente: "Por favor, insista!"
Entendi sua hesitação e insisti:
- Que é isso homem? Venha comer com a gente!
A fome falou mais alto do que a vergonha, aquele cidadão de meia idade e de pele enegrecida pelo causticante sol sertanejo, se agachou e começou a comer.
Vimos, então, que ele estava com muita fome e por uma razão bem simples, porém quase trágica - ele não havia comido nada naquele dia - isso mesmo, sessenta quilômetros de bicicleta, no meio da caatinga, sem nada na barriga. Ele deglutia cada pedaço do sanduíche de queijo de manteiga com certa ansiedade, como se fosse o último, e sorvia os goles de café com nítida expressão de satisfação. Por sorte, nós havíamos levado o suficiente e ele comeu até se fartar.

No final, amarramos a bicicleta de Francisco em cima da Kombi, entoamos um hino de louvor à Deus (ver imagens em: www.youtube.com/watch?v=qn6pxAByF3k ) e seguimos até Floresta destino dele, nosso caminho.
Na estrada partilhamos da nossa fé, do amor de Deus, da nossa alegria de tê-lo encontrado e de tantas outras amenidades.
Finalmente, chegamos à Floresta, nos despedimos com uma oração rogando ao Pai uma bênção especial sobre a vida daquele sertanejo de Betânia. Talvez nunca mais o vejamos e certamente nunca mais teremos notícias dele. Mas, daquele momento para cá eu trago um questionamento em meu coração: Quantas vezes, pelas estradas da vida, passamos despercebidos deixando Cristo para trás? "Tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber".
Que Deus nos torne mais atentos.